terça-feira, 9 de outubro de 2007


Pão de Açúcar fecha o social.

Em nome do lucro, será fechado, até dezembro, o núcleo cearense do Instituto Pão de Açúcar, que ocupa 400 m² do Supermercado Pão de Açúcar da avenida Bezerra de Menezes. No lugar das seis salas de aula, de uma sala acústica e de uma pista de atletismo ovalada com 300 metros de extensão — nas quais, há vários anos, 900 crianças e adolescentes são diariamente educadas para a música, para o esporte e para a comunicação digital — serão instaladas as gôndolas e, naturalmente, a bateria de caixas de mais uma loja da rede Extra, do mesmo grupo Pão de Açúcar, controlado pelo brasileiro Abílio Diniz e pelo grupo francês Casino. Há um clima de velório no Pão de Açúcar da Bezerra de Menezes, uma vez que a decisão de fechar o Instituto significa jogar no lixo algumas de suas grandes conquistas, entre as quais o Selo de Responsabilidade Cultural do Estado do Ceará e o Prêmio Nacional Telemar de Inclusão Social, conquistados pelas ações ali desenvolvidas, principalmente na área da música e da inclusão digital. O Instituto Pão de Açúcar, que já educou em Fortaleza cinco mil alunos de 7 a 17 anos de idade, da chamada periferia, tem uma orquestra — com naipes de cordas, de sopro, de violões de seis e 12 cordas, de flautas e de percussão — que arranca aplausos onde se apresenta. O curso de informática é outra referência. Tudo isso morrerá. O social perderá para o econômico.


Jovens acabam assim quando vão estudar, sem interesse algum .